Você já teve um sonho em que encontrava uma pessoa que sabia que conhecia mas não sabia de onde? Que amava intensamente? Que sentia por ela um amor tão profundo, tão completo e pleno? De uma intensidade que nunca achou possível existir? Um sonho que lhe fez acordar perturbado? E que até lhe fez pensar se teria mesmo sido um sonho? Eu já, há muitos e muitos anos. E nunca mais esqueci.
Dizem que o amor mais forte é o das mães. Dizem que o amor mais ardente é o dos amantes. Dizem que o amor mais sincero é o dos amigos. Dizem que o amor mais fiel é o dos animais. E assim nós passamos a vida, classificando, catalogando, etiquetando e normatizando as formas de amor e de amar, como se fossemos todos experts no assunto. E todas estas tentativas só demonstram como nenhum de nós nada entende deste potente, estranho, profundo e divino sentimento chamado amor, eternamente perseguido, procurado e idealizado por cada um de nós.
Quando você o encontrar saberá como ele é, diziam nossas avós. Mas será mesmo que elas sabiam do que estavam falando? E será que sabemos o que estamos procurando?
Quantas vezes gostamos de pensar que amamos? Quantas vezes amamos sem nos dar conta? Quantas vezes pensamos amar para um dia ver que estávamos enganados? Quantas vezes, geralmente tarde demais, percebemos que amávamos?
A procura pelo amor vem desde tempos imemoriais, e tem sido para a humanidade tão importante como respirar e se alimentar. Através dos séculos o amor tem sido romantizado, idealizado, vilipendiado e mal interpretado. Tem sido confundido ou usado como sinônimo de romantismo, fraqueza, utopia, insegurança, posse, companheirismo, conveniência ou luxúria. E tem sido considerado quase sempre como algo idílico, inatingível, a meta ideal de felicidade que poucos felizardos conseguem atingir.
Um dia vamos entender que amor é algo bem diferente. Vamos entender que não existem várias formas de amar e que será sempre impossível classificar o amor. Vamos entender que o amor verdadeiro não tem categorias, é único, absoluto, abrangente e total.
O que sentimos dentro de nós, e que chamamos amor, é apenas uma parcela inicial, um test drive, uma amostra grátis, uma limitada degustação. O melhor do amor ainda está por vir. E vai chegar quando estivermos preparados para melhor o compreender, sentir e vivenciar.
Como eu sei? Uma pessoa que eu sabia que conhecia mas não sabia de onde veio num sonho me demonstrar.
Publicado em 18.03.2020