Rocket Man

 

Saturday Night me agitava. Crocodile Rock me eletrizava. Tiny Dancer me comovia. Nikita me romantizava. Sacrifice me enlevava. Durante no mínimo trinta anos não existiu compositor que conseguisse, com suas canções, mexer tanto comigo como Reginald Kenneth Dwight, mais conhecido como Elton John.

Verdadeiro gênio da música e um dos poucos ingleses à altura de Paul McCartney, os dois apenas tinham estilos diferentes. Sem contar a outra diferença, claro, a forma de vestir, já que Elton adotou um estilo mais ahmm... customizado.

Mas tudo isso seria inútil se ele não fosse acima de tudo um compositor excelente e não tivesse canções inesquecíveis. Em determinada época Elton John foi responsável por 4% das vendas totais de discos no mundo, e suas canções estavam na boca de todos. Correu o mundo, se apresentou em praticamente todos os países, e só no Brasil esteve nove vezes.

Mas o peso da fama foi alto demais para Elton e seguindo o mesmo roteiro de tantas outras estrelas do pop-rock houve um momento em que as coisas saíram de controle. Viciou-se em álcool, drogas e sexo e por pouco sua carreira não acabou. Mas então, contrariando o roteiro de outros roqueiros, Elton deu a volta por cima e conseguiu vencer a si próprio. Abandonou os figurinos extravagantes, casou, sossegou o facho, livrou-se dos vícios, aderiu ao mainstream, recebeu da rainha o título de Sir e foi escolhido para, no velório da princesa Diana, emocionar o mundo com sua interpretação de Candle in the Wind.

O filme Rocket Man, contando a história da transformação de Reginald Dwight em Elton John, incluindo quase tudo que aconteceu pelo caminho, é imperdível para quem acompanha sua carreira desde os anos 70 do século passado, e também para os que o conhecem há menos tempo. O filme traz muitas de suas músicas, apresentadas na forma de um musical ao melhor estilo de Hollywood.  

Quanto a Rocket Man, essa foi uma canção composta por ele em 1972, e foi escolhida para dar nome ao filme porque, melhor que nenhuma outra, simboliza a vida de Elton, sua subida meteórica ao espaço do rock-pop, e sua quase destruição ao voltar à Terra. E também porque é uma de suas canções mais bonitas e marcantes.

Não deixe de assistir.

 

 

Publicado em 06.06.2019