"Nada acontece ao acaso e o acaso não existe".

Antes de encarnar todos passamos por um 'planejamento de rota', durante o qual os espíritos superiores, almas evoluídas que tem por função nos ajudar em nosso processo de aperfeiçoamento, nos orientam a respeito de tudo que vamos enfrentar em nossa jornada terrestre: Onde vamos nascer, qual será nossa família, quem vamos conhecer ao longo do caminho, que atividade vamos exercer, as provas, testes e dificuldades que enfrentaremos ao longo dessa existência, as oportunidades que teremos, os desafios, o que deveremos fazer para melhorar a nós mesmos, quitar nossos débitos e nos livrarmos de vícios e imperfeições adquiridas em vidas pretéritas. 

É como uma prova de campo, uma oportunidade de aprender e corrigir o que deve ser aprendido e corrigido em cada um de nós. É, em outras palavras, uma caminhada, pode-se dizer, em direção à Luz, que tem por objetivo nos fazer subir mais um degrau na quase infinita evolução em direção à perfeição.

Para esta jornada terrestre somos providos dos meios necessários: O amparo de muitos que encontraremos pelo caminho, os recursos da inteligência, livre arbítrio, determinação, vigor físico e outros atributos, que variam de pessoa para pessoa conforme as necessidades que cada um terá em sua própria caminhada.

Deus não dá a nenhum de seus filhos uma prova que eles não possam suportar nem deixa de lhe fornecer os meios para que sejam bem sucedidos em suas caminhadas. E dentre todos, um dos principais atributos que recebemos é o de nossa consciência, que, tal como uma bússola infalível, traz todo o 'planejamento da rota' feito por nós antes de nascermos. Ela nos indicará sempre o caminho correto a seguir, o que é certo e não é, o que devemos ou não fazer, e como deveremos proceder em cada situação.

Mas às vezes, ao chegar aqui, muitos esquecem de consultar suas bússolas ou as jogam fora. Se entregam a atividades ou vícios que fazem mal ao corpo e à alma e botam a perder a inestimável experiência que é a vida. São como o aluno que se recusa a aprender. Acabam reprovados no final do curso e precisam mais tarde repetir o ano.

Quem está chegando aos 66, como eu, é bem provável que já tenha completado uns três quartos da caminhada e às vezes eu me pergunto: Como estará sendo meu desempenho até aqui? Que percentual de objetivos terei realizado? Quantos de meus erros e mal hábitos foram vencidos? Quantos de meus vícios foram mais fortes que minha determinação e eu não os consegui suprimir? Que 'nota' eu estarei obtendo até agora nesse meu teste? Oito? Cinco? Um e meio? Será que vai dar para passar de ano? Será que vou ser reprovado?

Às vezes penso que seria bom se a administração lá em cima organizasse um simulado de meio de ano, como é feito nos cursinhos preparatórios de vestibular, para que a gente aqui possa se auto-avaliar e corrigir em nós mesmos o que é necessário.

Enquanto há tempo. 

 

 

Publicado em 25.07.2019