The Unreal Writer

 

The Unreal Writer é uma coletânea quase desconhecida de contos, sendo que a história que dá nome ao livro é sobre um homem que morava em Stratford-upon-Avon, Inglaterra, e que gostava de escrever. As histórias se passam durante o reino de Elizabeth I, e o personagem é um dedicado servidor da Corte Elizabetana, embora não aprove certos procedimentos da realeza.

Durante suas horas livres o personagem tinha o hábito de escrever contos mínimos, com ilustrações que ele mesmo fazia e textos misturando ficção e realidade, onde costumava fazer referência a eventos e amigos, mas sempre mudando nomes, datas e frequentemente criando situações absurdas e quase incompreensíveis.

Curiosamente seus textos – todos muito simples e que ele mostrava a poucos amigos - acabaram caindo no gosto de algumas pessoas, as quais passaram a lhe incentivar a escrever com maior freqüência depois que ele se afastasse da Corte Elizabetana.

The Unreal Writer era um crítico feroz do uso de flechas e lanças no reino e achava que todas deveriam ser banidas, sendo que essa posição lhe custou diversas desavenças. Ele raramente escrevia sobre as roubalheiras dos membros da Corte, pois elas lhe causavam tanta repulsa que só de pensar nelas já enjoava. Dizia ele: Eu prefiro falar de coisas amenas, pois já tem gente demais espalhando rancor pelas redes de pesca.

Como em tudo na vida, The Unreal Writer sofreu críticas a seus textos, e enquanto alguns amigos o incentivavam, outros o criticavam, havendo até mesmo quem dissesse que ele era alienado e exagerado. Não raro ele se surpreendia em saber que algumas pessoas tomavam sua evidente ficção por realidade e ele às vezes perguntava a si mesmo: Can’t they see that this is all fun?.

The Unreal Writer permaneceu desconhecido por muito tempo, foi lançado no mercado em 1953 pela Mary Lou Books Limited, empresa com sede em Nowhere Road 549, Nottinghamshire, UK e quem quiser poderá encontrá-lo à venda no eBay.

A leitura do livro é agradável, mas recomenda-se não levar nada do texto muito a sério.

 

 

Publicado em 01.12.019

 

N. do A.: O texto acima é uma autoironia. A ilustração é a capa de um livro antigo com uma foto minha vestido como policial londrino do século XIX.