Streaming

 

Contam nossos avós que no século passado, quando as pessoas queriam assistir um filme ou seriado, ligavam um aparelho em forma de cubo chamado televisão e sintonizavam o canal mexendo num tipo de seletor, geralmente um grande botão redondo que fazia clic-clic cada vez que era girado. Controle remoto nem pensar.

Na minha época de criança, em Porto Alegre, existiam apenas dois canais de televisão, enquanto no Rio de Janeiro era uma festa, havia quatro. Escolher o que assistir era simples e fácil, devido à quase total falta de opções.

Muitos anos depois começaram a aparecer os primeiros canais por assinatura, oferecendo muita coisa boa mas também muito lixo, quase sempre com altos custos, e foi aí que a coisa começou a sair de controle. 

Hoje as coisas estão bem mais complexas, o problema é justamente a quantidade de opções. Por exemplo, a gente quer assistir aquela série incrível que está recebendo mil críticas positivas, diversos elogios e dando o que falar, mas descobre que ela está disponível apenas em streaming. E quando pesquisa fica sabendo que streaming é um termo genérico que se refere a um número praticamente infinito de distribuidores de conteúdo.

Há o streaming da Amazon Prime, o da Netflix, o Hulu, HBO Go, HBO Now, Globoplay, Youtube TV, Philo, Sling Television, PlayStation Vue. E tem ainda os serviços de streaming das redes de televisão estrangeiras, sendo que dentre eles um dos melhores é o da BBC, com uma grade repleta de excelentes séries e documentários.

Nem todos são oferecidos no Brasil enquanto outros estão disponíveis somente em seus países de origem, o que nos abriga a ter um VPN no computador, mas eu nem vou falar sobre isso agora. Existem também serviços como o Transponder.tv que transmite ao vivo o conteúdo de 118 canais do Reino Unido e da Europa. E existem ainda seus congêneres asiáticos, indianos, russos, chineses, todos com transmissão em inglês. Uma festa de cultura e entretenimento que nos permite, literalmente, ver o mundo com outros olhos.

O filósofo canadense Herbert McLuhan disse, em 1962, que o mundo estava sendo reduzido a uma aldeia global. O que dizer então do mundo de hoje? Foi reduzido a um apartamento de quarto e sala.

Como não é possível resistir a este admirável mundo novo fiz uma assinatura do TransponderTv e já estou pensando em assinar o Netflix, só para poder assistir todas aquelas séries incríveis. O problema é que se antes minha lista de livros, filmes e séries para conferir já era imensa, agora ela virou uma loucura, e pelo visto vou precisar de um dia com 48 horas.

 

 

N. do A. Na época de publicação desse livro, de acordo com levantamento feito pela BB Media, existem mais de 60 serviços de streaming disponíveis no Brasil.

 

Publicado em 20.12.2018