The Who

 

Não costumo me empolgar com novos álbuns de bandas veteranas que há muito não lançam nada. Quase sempre decepcionam. Acostumados que somos ao som que essas bandas tinham quando seus integrantes estavam no auge da criatividade e inspiração, trabalhos novos geralmente são destinados a saudosistas, aqueles fãs que, não importa a qualidade do material lançado, sempre compram de tudo.

The Who é uma exceção.

Mesmo não dando para considerar que este é um álbum novo do Who, já que dois de seus integrantes originais estão mortos há anos, os outros dois que sobraram representam praticamente 90% da banda. Não me leve a mal  Keith Moon, você sempre foi o ás bateria, com um  estilo insano e insubstituível. Também não se chateie com minhas palavras John Entwistle, seu estilo e destreza no baixo são incomparáveis.

Mas a verdade é que todo mundo sempre soube que a alma do Who era e continua sendo Pete Townshend. Sua genialidade como compositor, arranjador e instrumentista é que levaram o Who ao supremo patamar das maiores bandas de rock de todos os tempos. E a voz do Who, por outro lado, era e continua sendo Roger Daltrey.

Tudo bem, Pete não tem mais o vigor de antes, quando suas apresentações energéticas eram capazes de levantar qualquer defunto morto há mais de mês, e Roger também não tem mais a voz de outrora, capaz de rachar cristais a cem metros de distância, mas mesmo assim eles ainda são The Who. E quando eu os assisti ao vivo, no Rock in Rio 2017, vi com estes olhos que a terra há de comer como eles ainda são capazes de empolgar e energizar multidões.

Este seu novo álbum, batizado simplesmente de WHO será lançado dia 6 de dezembro, e a formação ainda é a mesma do show do Rock in Rio: Na bateria Zak Starkey (filho de Ringo Star), na guitarra Simon Townshend  (irmão de Pete), e no baixo Pino Palladino, (trabalhou com Eric Clapton e Pink Floyd), como se vê, todos com bons antecedentes. 

Ainda não ouvi o álbum mas estou otimista. As críticas são ótimas e dizem que a alma do Who está presente neste novo trabalho. Há muito tempo, numa de suas primeiras composições, Pete Townshend escreveu 'I hope I die before I get old'.

Passados 50 anos daquela declaração só podemos dizer: Ainda bem Pete, que seu desejo não se concretizou e você continua vivo.

Welcome Back The Who.

 

 

Publicado em 03.12.2019