Sempre nos acompanham, no frio e no calor, nas subidas e descidas, nos momentos bons e ruins. Desde o primeiro dia estavam lá, quando ainda não éramos capazes de as compreender, e de lá para cá nunca deixaram de estar ao nosso lado, em silêncio e sem reclamar. Para elas não há terreno árduo, rota difícil, ventos fortes ou sol escaldante.
São imunes à água e ao fogo, a tudo se impõem, flutuam, transpõem. Ao final da mais árdua jornada continuam lépidas e fagueiras, sem jamais cansar. Podem ser agitadas ou imóveis, fugidias, trêmulas, dissimuladas, esbeltas, alongadas, minúsculas, deformadas, enganadoras ou assustadoras, e às vezes somem, como se quisessem que sentíssemos sua falta, para então, inevitavelmente voltar e junto de nós caminhar.
Muitas vezes seguem na frente, como a nos indicar o caminho a tomar, e em outras ocasiões ficam atrás, nos lembrando o que já percorremos e de onde viemos.
Serão sempre nossas mais fiéis e silenciosas companheiras, até o dia em que sumirão, para nunca mais voltar.
Publicado em 04.10.2021